LORENZO TURNER; 1940-1941

O linguista americano Lorenzo Dow Turner entre os anos de 1940 e 1941 esteve no Brasil tendo como principal objeto de pesquisa as línguas africanas que teriam influenciado no “gullah”, idioma criolo falado nas Sea Islands (que ficam entre a Carolina do Sul e a Geóriga, nos EUA). Os idiomas fon e ioruba mantinham-se vivos nos terreiros de candomblé, abrindo campo necessário para a pesquisa de Turner. Em sua estadia na Bahia, que começa no dia 8 de dezembro de 1940, Lorenzo Turner além de Salvador, viajou ao Recôncavo baiano fotografando os traços da cultura afros brasileiros, bem como na gravação de centenas áudios sobre as línguas utilizadas nos candomblés, o fon (originário do Dahomé) falado pela nação jejê, o ioruba (região iourubana na Nigéria) das nações keto e ijexá, além do quimbundo e kibongo falados nas nações angolas.

Desta forma, Turner não só fotografa bem como faz entrevistas e gravações com grandes sacerdotes e sacerdotisas do candomblé baiano, tais quais; Mãe Menininha do Gantois, Martiniano Eliseu Bonfim, Manuel Cerqueira do Amorim o Nelsinho de Muritiba (cidade que fica no Recôncavo baiano), Joãozinho da Gomeia entre outros. (O prezado leitor poderá ter acesso a essa gravações na íntegra, a através do seguinte link http://www.museuafrodigital.ufba.br/audios#overlay-context=lorenzo-turner-1940-1941).

O trabalho de Turner não se limitou pragmaticamente aos terreiros, tanto Turner quanto Frazier fotografaram a comunidade em volta dos terreiros, como podemos observar na sub coleção. Lorenzo Dow Turner em especial captura imagens de pessoas comuns; as baianas de acarajés, músicos, crianças.

O Prof. Dr. Livio Sansone nos mostra como a cultura negra estava posta para o linguista americano: “Turner acreditava que a força da cultura negra e de sua linguagem residia em sua capacidade de reter elementos de seu passado africano no presente. Em comparação com Frazier, Turner estava preocupado menos com a estrutura do que com a cultura. Ele estava convencido de que a dignidade dos negros tinha de estar baseada em sua capacidade de vivenciar sua cultura e se orgulhar dela” (Sansone, 2011).

Através de seu trabalho Turner a diáspora negra ganha uma nova face, a partir de Turner e Verger, se aponta para a junção e proximidade entre elementos dos dois lados do Atlântico. A saber, as línguas africanas vivas nos candomblés e no ‘gullah’.

Cópia de documentos, correspondência e fotografias identificados no arquivo do Anacostia Museum do Smithsonian Institute, Washington DC e gravações áudio presentes no Archive of Traditional Music (ATM) da University of Indiana, Bloomington, Indiana, Estados Unidos. 

Tipo documental: Fotografias, gravações de áudio.

 

Referências Bibliográficas:

SANSONE. Livio."Estados Unidos e Brasil no Gantois: o poder e a origem transnacional dos estudos Afro-brasileiros". Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000.... Data de acesso in: 24/05/2016 às 17hrs 15min.

 

Comentários

Ola!

Voces tem audio gravacoes de capoeira de Turner também?

Obr,

Sven